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Farmacocinética e Metabolismo

 

 

 

 

 

 

 

 

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Quanto à metabolização, as principais vias metabólicas são a hidrólise pela enzima colinesterase, que a converte em éster de metilecgonina. Sofre também hidrolise hepática mediada pela carboxilesterase do fígado, formando a benzoilecgonina, e por último pode também, por um processo de N-metilação, dar origem à norcocaína,

Tanto o éster de metilecgonina como a benzoilecgonina não tem actividade biológica, e têm um tempo de semi-vida de 4-6h e de 5-8h, respetivamente. Por outro lado, a norcocaína é um metabolito ativo muito potente, no entanto nas concentrações em que se forma provavelmente não produz nenhum efeito adverso no organismo.



A cocaína é também frequentemente consumida juntamente com o etanol. A combinação do uso de cocaína e álcool aumenta os níveis plasmáticos de cocaína e norcocaína, reduz as concentrações de benzoilecgonina e induz a síntese de um novo metabolito, o cocaetileno. Este metabolito tem, a nível biológico, propriedades semelhantes à própria cocaína. Nestes casos, a metabolização ocorre por intermédio de esterases no fígado que medeiam uma reação transesterificação da cocaína.



​Eliminação
​No homem, de 2 a 14% e por vezes apenas 1% da cocaína é eliminada na urina, sendo esta eliminação dependente da dose administrada, do pH urinário e, evidentemente, da via de introdução. 80 a 90% é eliminada sob a forma de benzoilecgonina e metilecgonina e entre 1-8% na forma de ecgonina.

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​A Benzoilecgonina é o metabolito mais comumente testado para monitorar a evolução do tratamento, e pode ser detectado na urina durante 3 a 4 dias após o último uso de cocaína.

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Nos fumadores, e exclusivamente nestes, o metabolito pesquisado na urina é a metilecgonidina.



A cocaína e os seus metabolitos são também eliminados pelo suor, saliva, pulmões, cabelo e ainda pelo leite materno, razão pela qual as mães consumidoras de cocaína não devem amamentar.

Referências bibliográficas:



[10] Jones RT, Pharmacokinetics of cocaine: considerations when assessing cocaine use by urinalysis (1997), Langley Porter Psychiatric Institute, University of California, 175:221-34.

Figura 11 - Metabolização da cocaína 

http://jpet.aspetjournals.org/content/302/2/710/F1.large.jpg

A cocaína é uma base fraca e pode ser administrada por várias vias, oral (folhas), nasal e endovenosa (cloridrato de cocaína) e pulmonar (base livre ou crack). No plasma, quando se encontra sua forma básica, a cocaína atravessa membranas celulares de uma forma rápida e eficiente. Quando fumada atinge as pequenas vias aéreas e alvéolos do pulmão, onde é rapidamente absorvida. A administração oral conduz a um pico de concentração plasmática em aproximadamente 60 minutos. Já a insuflação nasal atinge o pico plasmático mais rapidamente, sendo que a via intravenosa atinge o pico de imediato logo após a sua administração. Uma vez absorvida, a cocaína liga-se a proteínas plasmáticas com maior afinidade pela α-1-glicoproteína ácida e com menor afinidade pela albumina, porém significativa, e é amplamente distribuída pelos tecidos do corpo. O volume de distribuição, geralmente, varia entre 1,5 a 2 L/kg.

Figura 10 - Estrutura química da cocaína

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